Como utilizar a curva ABC no armazém?

Como utilizar a curva ABC no armazém?

A curva ABC é uma estratégia comprovadamente eficaz para que um armazém possa ter sucesso em manter os estoques necessários de matéria-prima e produtos acabados, colaborando para a rentabilidade da operação.

Para isso, é importante conhecer exatamente o que acontece com cada item armazenado, quando decisões podem ser tomadas com relação a:

  • compras,
  • produção,
  • promoções,
  • investimentos,
  • descontinuidade de produtos,
  • marketing.

Além de contribuir de maneira efetiva para a tomada de decisão, essa técnica colabora para a definição da melhor ocupação dos espaços do armazém, além de ser uma poderosa ferramenta para otimizar o processo de picking das operações.

Apesar de todas essas possibilidades, um estudo realizado pela H2R Pesquisas Avançadas mostrou que, apesar de 92% das empresas do ramo de varejo no Brasil confirmarem que possuem um setor voltado aos processos logísticos de suas operações, apenas 38% possuem algum tipo de sistema de gestão de seus estoques.

Diante desse índice, fica claro que a maioria das operações do setor varejista não toma suas decisões baseada em dados concretos, uma situação que pode comprometer a saúde financeira do negócio e a gestão logística de suas operações.

Neste post, apresentaremos o que fazer para utilizar a curva ABC no armazém e como melhorar os resultados operacionais e financeiros do seu negócio. Continue lendo e confira detalhes a esse respeito!

Entenda o que é a curva ABC e os níveis de classificação

A curva ABC é uma técnica adotada visando melhorar a gestão logística de suas operações, tanto a nível operacional como também contribuindo com os resultados dos negócios.

Trata-se de dividir os produtos armazenados na empresa em três categorias: A, B e C.

A categoria A corresponde aos materiais mais valiosos ou que possuem grande rotatividade na operação, portanto, apesar de representarem uma pequena porcentagem do inventário total, são os produtos mais importantes em termos de valores para o negócio.

Já na categoria B estão os produtos intermediários, ou seja, não são os mais buscados e valiosos para a operação, porém, possuem uma importância secundária.

Por fim, existem os da categoria C, ou seja, aqueles que possuem pouca movimentação, porém, são necessários para o dia a dia da operação, pois a sua falta inviabiliza uma linha de produção ou faz com que os clientes passem a procurar a concorrência para adquirirem essas mercadorias.

Por que utilizá-la no armazém?

A partir da classificação da curva ABC, é possível definir de maneira estratégica qual a melhor localização para cada produto, onde aqueles da categoria A precisam estar armazenados em pontos de fácil movimentação e que possibilitem agilidade e precisão nas operações.

Os da categoria B ocupam espaços intermediários e os da C podem ficar nos locais mais distantes do armazém, uma vez que são os menos solicitados.

Com isso, existe uma melhora significativa nas tarefas de picking, além, é claro, de facilitar o processo de entrada das mercadorias no depósito.

Quando se sabe o que existe no estoque, quais as quantidades de cada produto e qual a movimentação média de cada item, pode-se melhorar todo o fluxo operacional do armazém, facilitando as tarefas e melhorando a eficiência logística da empresa.

Como resultado: há a diminuição dos custos operacionais, agilidade e qualidade nos trabalhos e aumento da lucratividade.

Dicas para colocar a curva ABC em prática

Diante dessa realidade vem a pergunta: o que fazer para colocar a curva ABC em prática na empresa?

Basicamente, a operação para isso se divide em quatro ações a serem tomadas:

Coleta de dados e classificação dos itens

Essa primeira ação consiste em fazer a coleta de dados, quando se torna fundamental identificar as seguintes situações para cada item do estoque:

  • valor de venda,
  • custo,
  • frequência de pedidos,
  • volume de saída.

A curva ABC tanto pode considerar como categoria A os produtos que possuem um grande giro no armazém quanto os mais valiosos.

Para empresas que atuam com grande movimentação de mercadorias, o giro é essencial para categorizar os produtos.

Já para negócios que envolvem poucos pedidos, porém, mercadorias de alto valor agregado, a curva pode considerar esse item como o principal.

Calcule o percentual acumulado

A partir da coleta de dados e classificação, é hora de calcular o percentual acumulado, ou seja, listar em ordem decrescente os produtos que possuem maior valor ou movimentação, para que se possa saber quais são os mais procurados e valiosos para a sua operação.

Em seguida, calcule o quanto cada um representa no total dos negócios realizados em sua empresa, obtendo o percentual correspondente de cada item.

Segmente conforme a categoria

De posse desses percentuais, você estará apto a realizar a segmentação dos produtos de acordo com a categoria na qual ele se encaixa.

Normalmente, aqueles da categoria A são os que correspondem a 20% do total dos produtos estocados, porém, são os que representam mais de 70% dos valores movimentados no estoque.

Já os da categoria B são aproximadamente 30% dos itens, representando entre 15% e 25% das movimentações.

Por fim, os da categoria C são os restantes, contribuindo com os menores percentuais em termos de importância para a sua operação.

Aplique a estratégia

Chega-se, então, ao momento da aplicação da estratégia, quando, além de obter informações para a tomada de decisão, pode-se definir os melhores locais no depósito para cada categoria, facilitando e viabilizando as operações.

É importante considerar que esses índices podem sofrer mudanças de acordo com a sazonalidade, moda, novas tecnologias e comportamento do mercado, portanto, é fundamental estar atento a esses percentuais para possíveis adaptações do armazém.

Agora que você conhece mais sobre a curva ABC, sugerimos a leitura do nosso post que apresenta os 7 erros que devem ser evitados no armazém, leia e confira detalhes!

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