O campo da ecologia industrial começou a se desenvolver a partir da segunda metade da década de 80. Até então, era comum que as empresas não tivessem uma preocupação com as questões ambientais e com a qualidade dos produtos oferecidos, pois as vantagens competitivas não eram tão desenvolvidas como na atualidade e o consumidor também tinha um perfil um pouco menos exigente que o atual. Os sistemas de armazenagem contribuem também para a preservação do meio-ambiente, conforme veremos no decorrer dessa matéria.
A qualidade passou a ser vista como fator de importância para as organizações depois que um número maior de empresas surgiu e a oferta de produtos no mercado também, consequentemente. Dessa forma, passou a existir uma grande oferta de produtos para uma pequena demanda de pessoas interessadas em adquiri-los e assim, as empresas tiveram que buscar diferenciais para se posicionarem de maneira diferente perante o público consumidor. Foi pensando na qualidade e no cumprimento de prazos de entrega e metas de produção que as empresas começaram a desenvolver metodologias de logística e assim, utilizarem os sistemas de armazenagem para guardarem seus estoques em armazéns de médio ou grande porte.
Passado a fase de adaptação da década de 80 e as empresas já oferendo produtos e serviços com uma qualidade mais bem trabalhada, novas preocupações surgiram para os empresários. Nesse período de adaptação, ainda seguindo um modelo de produção herdado da época da Revolução Industrial, a poluição e o uso inconsciente de diversos recursos naturais, como a derrubada de árvores e a poluição de rios, por exemplo, era feito à exaustão. Por este motivo, diversas ONGs e instituições filantrópicas que abraçam à causa ambiental começaram a surgir. Pela cobrança feita por parte de instituições, as empresas passaram a se preocupar com uma nova ciência que surgia, a ecologia industrial. Define-se por ecologia industrial então, um conjunto de ações vindas do universo das engenharias que formam um feedback imediato ao impacto que os processos industriais causam à natureza.
Os sistemas de armazenagem fazem parte do processo de ecologia industrial, uma vez que, seu uso pode se dar de forma verticalizada, por exemplo, conforme já visto aqui. Um mezanino, a título de exemplo, permite com que seja duplicado o aproveitamento do espaço de um pavilhão ou armazém industrial, de forma que a otimização do espaço exclua a necessidade de se investir em outro pavilhão, evitando o desgaste dos recursos naturais em mais uma localidade. Vemos então que a otimização do espaço é uma estratégia que contribui para a preservação do meio-ambiente, além de, obviamente, reduzir custos materiais e com deslocamentos de profissionais de um armazém para outro caso esses estejam em locais geograficamente distantes.
Resumidamente, podemos dizer então que os princípios da ecologia industrial tiveram um longo processo até serem totalmente compreendidos e colocados em prática pelas empresas e que os sistemas de armazenagem contribuem para o processo de forma significativa no que se refere a otimização de espaços físicos.
De um modo geral, a preocupação com a preservação da natureza teve início ainda na década de 60, quando as autoridades criaram leis e políticas que regulamentavam determinadas práticas nas fábricas de produtos. Na década de 70, essas leis foram colocadas em prática com mais vigor, tornando-se uma obrigação para as empresas, que já começavam a sentir a necessidade de adotar práticas saudáveis em seus processos de produção. A década de 80 foi marcada pelos investimentos na produção e a busca incessante por diferenciação, tendo em vista que a concorrência aumentou muito nessa época, conforme já anteriormente citado. Já os anos 90 foram marcados por uma grande competividade entre as empresas, sendo essa, fruto das mudanças de cenário ainda na década anterior. Também nessa época, muitas empresas começaram a divulgar que se preocupavam com a natureza e faziam grandes campanhas de marketing para dizer ao grande público que tinham uma imagem “verde” e que se preocupavam com o meio-ambiente. Nas décadas posteriores, a de 2000 e a atual, respectivamente, ser sustentável deixou de ser um diferencial para se tornar uma obrigação para as indústrias. As pessoas estão muito mais críticas quanto aos produtos que consomem do que eram nas épocas anteriores e as novas gerações são desde cedo incentivadas pelos pais e pelas escolas a zelarem pelas causas ambientais, o que gera grande impacto para as indústrias.
Finalizando, podemos considerar mais uma importante função dos sistemas de armazenagem para as empresas, a contribuição para um desenvolvimento sustentável. Algo assim não é considerado em um primeiro momento pelos empresários, mas é reflexo de uma coisa maior que se encontra por atrás de um procedimento que parece ter um único objetivo em um primeiro momento, mas que pode ser explorado de outras formas se feita uma análise mais a fundo.