A logística e os sistemas de armazenagem em farmácias

 

A logística, conforme já abordamos em diversos outros momentos aqui no site, é uma metodologia de trabalho que facilita todo o processo de produção empresarial, desde a extração da matéria-prima, até a entrega ao consumidor final do produto. Em todos os passos da logística, palavra que deriva etimologicamente do termo grego logistikós (arte de calcular), há a participação de sistemas de armazenagem que contribuem para o bom funcionamento de diferentes tipos de processos. Hoje, nosso tema a ser abordado, será a logística e os sistemas de armazenagem em farmácias.

Para entendermos como a logística funciona em farmácias, teremos que primeiramente retomar nosso conhecimento em logística empresarial. De acordo com Ballou, grande estudioso da área, a logística empresarial é aquela que trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, facilitando o fluxo de matérias-primas que são transformadas em produtos e chegam ao consumidor final após um longo processo.

Em um estudo realizado por um grupo universitário no final da década de 90 em um grande hospital brasileiro que mantém uma farmácia, foi realizado um trabalho de logística com a finalidade de otimizar tempo e recursos, bem como diminuir os custos que a farmácia dava ao hospital. Nesse estudo, foram levantados quatro principais problemas enfrentados pela farmácia e os estudantes foram desafiados a utilizar a logística para apresentar propostas a alta cúpula do hospital, para que essa julgasse as ações em viáveis e não-viáveis. Os problemas levantados eram os seguintes: desenvolver uma rotina de segurança no controle de estoques de medicamentos; melhorar a segurança nos almoxarifados, pois já haviam sido diagnosticados casos de roubo no setor; reestabelecer o Plantão 24 horas e informatizar o levantamento de dados da farmácia para o hospital. As soluções apresentadas serão explicadas a seguir:

No que se refere ao controle de estoques, diagnosticou-se que o movimento realizado durante a noite era lançado no sistema apenas na manhã do dia seguinte, quando chegava o funcionário responsável por essa atividade. Desse modo, no final da manhã, o funcionário ainda estava cadastrando o movimento da noite anterior e o que foi movimentado pela manhã ainda não havia sido atualizado, estando o sistema completamente desatualizado e não condizendo com a real situação do estoque. Para solucionar o problema, foi proposto um novo sistema de gerenciamento de estoques, onde a própria pessoa que realizava uma movimentação podia acessar ao programa e dar baixa ou entrada em uma em um produto. A disposição organizada em sistemas de armazenagem possibilitou que isso funcionasse de uma forma mais clara e objetiva.

Na questão de segurança, apesar de não envolver tanto a logística, foi resolvida com a contratação de uma empresa de segurança particular e mais controle e burocracia para tirar algo dos estoques.

A logística também foi implantada em um sistema de informatização dos estoques e a baixa da demanda dos profissionais que antes atuavam em um único turno na farmácia, permitiram que agora eles trabalhassem em turnos separados, reativando o plantão 24 horas, conforme era a vontade da direção executiva do hospital.

Percebemos que a logística e os sistemas de armazenagem, que possuem uma forte imagem relacionada apenas à indústria, podem ser adaptados e utilizados em segmentos diversos de organizações, como é o caso da farmácia hospitalar aqui exemplificado. Vimos, dessa forma, que cantillevers, porta-palletes e outros tipos de sistemas de armazenagem podem muito bem ser adaptados à indústria farmacêutica e também a outras de diferentes ramos de atuação.

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