É de nosso conhecimento que a logística é a ciência que estuda o fluxo de materiais desde a extração da matéria-prima, passando por armazenamento em sistemas de armazenagem, até chegar no consumidor final que adquire o produto e o leva para sua casa para o devido uso e função que lhe foi atribuída.

Mas e a logística reversa, de que se trata? Já abordamos esse tema aqui em uma outra oportunidade, porém, vale a pena recordarmos: define-se por logística reversa o ciclo de pós-venda, englobando fatores econômicos, sociais, ecológicos e legais. Desse modo, essa modalidade da logística está fortemente ligada à ecologia e causas ambientalistas. O processo de logística reversa se dá nos passos que serão explicados a seguir:

Coleta: Trata-se se realizar a coleta dos produtos retornáveis. Por exemplo, as garrafas de vidro de refrigerante ou cerveja são retornáveis e podem ser novamente utilizadas para a venda do produto. Em estabelecimentos comerciais como mercados, restaurantes e bares, é possível realizar a troca de um casco vazio por um cheio, pagando apenas o valor do líquido contido na embalagem. Desse modo, a empresa fabricante da cerveja ou refrigerante é responsável pela coleta e transporte desse material para posteriormente realizar sua reutilização;

Embalagem: Nessa etapa, os materiais recolhidos são levados para um armazém, onde profissionais realizam a lavagem e higienização necessária do produto que retorna. Ainda usando o exemplo das garrafas de vidro, nessa etapa, as mesmas são lavadas e higienizadas para que estejam aptas a serem novamente utilizadas. Feito esse processo, o produto permanece em sistemas de armazenagem até a etapa seguinte;

Expedição: Assim como na logística tradicional, a função da expedição da logística reversa resume-se em separar e catalogar os produtos para que sejam despachados para seu destino final;

Retorno ao fornecedor: Após a expedição, o material pode ser revendido, recondicionado ou reciclado. Ainda citando nosso exemplo de garrafas de cerveja e refrigerantes, nesse caso, o material seria recondicionado, ou seja, utilizado novamente para a mesma finalidade inicial. A garrafa seria enchida novamente de líquido e disponibilizada para venda em bares, restaurantes, mercados e demais estabelecimentos comerciais do gênero alimentício. Se uma dessas garrafas tivesse se quebrado no caminho, por exemplo, ela não poderia ser recondicionada e então seria encaminhada para reciclagem.

Para que o processo de logística reversa funcione com maestria, é necessário, de acordo com estudiosos e especialistas da área, que se tenha um bom controle da entrada de materiais nos armazéns na empresa e para isso muito contribui os sistemas de armazenagem, como os cantilevers e porta-palets, por exemplo. Esses sistemas permitem que os produtos permaneçam armazenados nos galpões da indústria antes da destinação final e profissionais qualificados podem realizar a separação e catalogação, dando a destinação correta para cada categoria dos produtos que serão reciclados ou reutilizados de outra forma. Se novamente utilizarmos o exemplo abordado no início dessa matéria, podemos aplicar essa teoria, sobre a utilização correta dos sistemas de armazenagem, da seguinte forma: as garrafas vazias transportadas dos bares, restaurantes e demais estabelecimentos, são condicionadas por caminhões até o local de armazenamento inicial das mesmas. Já no galpão, profissionais contratados da empresa ou até mesmo que prestem serviços terceirizados, utilizando a técnica de picking ou ainda outras técnicas menos complexas, fazem a catalogação das embalagens, verificando quais delas estão aptas para serem reaproveitadas e quais estão quebradas ou danificadas.

Vemos então, mais uma utilidade dos sistemas de armazenagem no cotidiano industrial, pois além da logística comum, eles também são perfeitamente utilizáveis na logística do tipo reversa. Vimos também que a logística reversa está muito conectada ao movimento ambientalista e que os empresários têm tido cada vez mais consciência da importância da preservação da natureza e seus recursos. Atualmente, num momento em que muito se fala de crises hídricas e aquecimento global, é quase inadmissível uma empresa que não se importe com essa temática e é justamente por esse motivo que a logística reversa tem ganhado bastante espaço nas manchetes de jornais e outras plataformas midiáticas como a televisão, o rádio e a internet. Com essa superexposição do tema e com a população engajada na preservação ambiental, as empresas cada vez mais deverão trabalhar no desenvolvimento de ações para esse ramo de atividade.

 

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