Gestão estratégica de diferentes tipos de estoques

Toda organização que trabalha com produção e venda de produtos que se preze, necessita ter um estoque para melhor administrar demais processos e os sistemas de armazenagem são peça fundamental nesse trabalho de gestão. Como as demandas são diferentes de um segmento para outro, os autores Slack et. al. classificaram os estoques de quatro formas diferentes: estoque regulador, estoque de ciclo, estoque de antecipação e estoque de canal. Vamos explicar cada uma delas mais detalhadamente a seguir:

Estoque Regulador:
No meio empresarial, esse tipo de estoque também é conhecido, em algumas regiões, como estoque de segurança. Tal nome é dado justamente por sua função principal que é compensar incertezas sobre a demanda, ou seja, é o tipo de estoque que a empresa mantém guardado em sistemas de armazenagem para que possa atender a toda clientela caso a demanda aumente em determinado período. Empresas que trabalham com a venda de brinquedos, por exemplo, costumam manter um bom estoque regulador para o período do Natal, época em que a procura por esse tipo de produto aumenta consideravelmente nas lojas.

Estoque de Ciclo:
Esse tipo de estoque é aquele adotado pelas organizações que não conseguem produzir todos os itens de um determinado produto simultaneamente. Exemplo: uma pequena empresa produz móveis em escala e, devido ao número reduzido de funcionários, não consegue fabricar ao mesmo tempo uma escrivaninha e sua gaveta. Assim, são produzidas primeiramente uma determinada quantidade de gavetas, que pode permanecer temporariamente em sistemas de armazenagem e, em seguida, as escrivaninhas propriamente ditas que irão receber a peça fabricada anteriormente, esgotando o estoque, que como o próprio nome sugere, forma um ciclo no sistema produtivo.

Estoque de Antecipação:
O estoque de antecipação é aquele em que se guardam produtos para compensar diferenças de ritmos na produção da agricultura em determinados períodos. Um exemplo bastante comum de estoque de antecipação pode ser observado na agricultura. Produtores de tomate, por exemplo, produzem mais na estação do fruto, mas precisam estocar seu produto, que é consumido em receitas culinárias durante todo o ano.
Estoque no Canal:
Define-se por estoque no canal, todo produto armazenado em trânsito, ou seja, todo material que é levado da área de produção até a área de ocupação posterior.
De acordo com os autores Hansem e Mowen, essa classificação possibilita uma programação mais adequada da empresa no que diz respeito a seus estoques e a utilização de sistemas de armazenagem. Eles dizem que existem duas formas de gestão estratégica de estoques: controle periódico e controle permanente.
No sistema permanente, o estoque é controlado diariamente. O operador deve fazer as anotações a cada compra, devolução ou saída e entrada do estoque por qualquer outro motivo. O responsável pelo estoque, baseado nas informações diariamente colhidas consegue tomar decisões importantes como quanto se deve produzir para atingir as metas da empresa, por exemplo.
Já no sistema de controle permanente, o responsável pelo estoque na organização faz o controle periodicamente, em intervalos semanais ou mensais, variando de acordo com sua necessidade. As reposições de materiais e produtos nos sistemas de armazenagem é feita nos intervalos desse controle.
Cabe a cada organização, de acordo com suas políticas e seu planejamento estratégico, adotar a forma que achar mais adequada para a organização de seu estoque.

Apresentamos aqui os quatro principais tipos de estoque propostos por Slack, obviamente existem outras propostas de classificação, mas diversos especialistas em logística acreditam que essa é a uma das (se não a mais) adequado para o gerenciamento de armazéns, sejam eles de pequenas, médias ou grandes empresas.

Além disso, é importante ficar atento ao processo de gerenciamento, pois apresenta as seguintes vantagens como:

 

  • Utilização adequada do capital de giro da organização;
  • Ajuda para que atrasos no fornecimento de materiais não ocorram;
  • Supre com as necessidades de vendas conforme as demandas;
  • Evita que ocorra o desvio de produtos e materiais;
  • É capaz de se adequar às cotas de fornecimento;
  • Libera os espaços produtivos;
  • Identifica as mercadorias que estão estocadas e sem circulação;
  • Auxilia na criação de estratégias e ao atendimento aos clientes.

 

Além disso, é importante analisar as vantagens acima e ver de que maneira elas mais se adaptam ao seu negócio. Para auxiliá-lo nessa tomada de decisões, também é importante que você conheça alguns dos chamados “mandamentos da Gestão” que envolvem os centros de armazenamentos:

1 – Tenha sempre em mente o quanto de área você destina para a armazenagem, pois influenciará na área que você terá disponível para as vendas.

2 – Mantenha o foco na organização. Cada produto em seu devido lugar, separando por tipos e categorias.

3 – Evite guardar no centro de armazenamento o que não é necessário ser estocado.

4 – Cuidado com a variante estoque alto x dinheiro baixo. Isso irá influenciar no seu setor financeiro.

5 – A quantidade de produtos no armazém de estoque deve sempre acompanha o fluxo de vendas das mercadorias.
Além de tudo o que foi apresentado, a empresa também deve decidir como pretende manter o nível de seus estoques em sistemas de armazenagem. Para tomar tal decisão deve-se levar em consideração diversos aspectos aos quais a organização está envolta como as previsões e tendências de mercado para o segmento, por exemplo. Se uma empresa produz carros, a título de exemplo, de nada adianta ter um estoque muito grande de peças, se o cenário político-econômico não for favorável para o setor em curto e médio prazo. Em um primeiro momento gerenciar estoques pode parecer bastante simples, mas no decorrer da atividade pode se tornar algo bastante complicado. No entanto, se aplicada as teorias aqui apresentadas, essa tarefa pode se tornar um pouco mais simples.

×