Fluxo de materiais no armazém: entenda melhor sobre eles

Fluxo de materiais no armazém: entenda melhor sobre eles

Você sabe o como funciona o fluxo de materiais no armazém e qual a sua importância nos processos logísticos?

Atualmente, a concorrência e o comportamento da sociedade estão exigindo a atenção dos empreendedores e gestores de negócios para os serviços logísticos, onde a redução do prazo de entrega e qualidade desses serviços passaram a ser essenciais e valorizados pelo consumidor.

Segundo um estudo desenvolvido pela plataforma Capterra, 73% dos consumidores que compram pela internet esperam entregas em prazos muito curtos.

Desse índice, 50% das pessoas, na categoria de eletrônicos, estariam dispostas a pagar até 10% a mais para receberem o seu pedido em tempo menor.

Números parecidos são apresentados nas mais diversas pesquisas, onde fica claro que o prazo de entrega precisa ser melhorado pela maioria das empresas brasileiras.

Porém, para conquistar esse diferencial, toda uma organização precisa ser planejada e trabalhada nos armazéns, possibilitando que a agilidade dos processos não venha a comprometer a qualidade das tarefas e a falta de controle dos estoques.

Neste post, apresentaremos o fluxo de materiais, como funciona e qual a sua importância para que os resultados sejam alcançados, ou seja, diminuição do prazo de entrega e aumento da lucratividade da operação. Continue lendo e saiba mais sobre o assunto!

O que é o fluxo de materiais no armazém?

De acordo com especialistas, podemos definir o gerenciamento de fluxos logísticos como a sequência de etapas do processo de movimentação de produtos e também informações logísticas. 

Ou seja, é a fusão entre fluxo de materiais ou produtos, informações e do setor financeiro.

Os principais tipos de fluxos são: 

  • de materiais – responsável pelo transporte de materiais, seja por meio de rodovias, aquático ou aéreo,
  • de informações – responsável pelo aumento da competitividade empresarial ao otimizar a eficácia dos processos,
  • logística reversa – responsável pela logística de devolução, muito comum em serviços de coletas,
  • econômico – responsável pelo investimento estratégico voltado para atingir lucros crescentes.

O objetivo do fluxo no armazém é bem simples: transportar e estocar os materiais do início ao fim do processo produtivo, com o mínimo de transferências possíveis.

Também envolve entregar esses itens nos locais apropriados de trabalho ou centros de produção, de modo a evitar congestionamentos, atrasos e manuseios desnecessários.

Tipos de fluxo de materiais

O fluxo de materiais, como vimos, diz respeito à movimentação e transporte dos produtos que chegam em um armazém, passam por algum processo (estocagem, manufatura, produção) e são remetidos para o destinatário em determinado momento.

Basicamente, os fluxos são divididos em 3 tipos de processos:

Simples

O considerado simples ocorre quando as mercadorias entram em um depósito, são estocadas e sem qualquer mudança são remetidas para o destinatário.

Médio

As situações que envolvem algum processo no armazém, além dos anteriormente citados, são considerados fluxos médios.

Como exemplo, as mercadorias chegam e são estocadas, porém, diferente do simples, onde simplesmente eram reembarcadas e seguiam ao destino, nesse caso, passam por um processo de separação, pois nem todas seguirão para o mesmo lugar.

Nesse caso, existe o processo de picking, ou seja, separação dos produtos, o que acaba necessitando de maiores cuidados, controles e atenção dos profissionais envolvidos.

Complexo

O complexo, como o próprio nome remete, trata de diversas operações que podem ser realizadas, antes do produto final ser remetido ao destinatário.

Um bom exemplo é uma indústria que recebe matéria-prima, passa por um processo de produção transformando esse material em um produto de consumo, é estocado e depois remetido ao seu destino na medida em que os diversos pedidos são atendidos.

Nesse caso, o processo exige controles de extrema qualidade, pois são várias as ações e movimentações que ocorrem nesse processo.

Vantagens de realizar um fluxo de materiais corretamente

Independente do tipo de fluxo de materiais, ele precisa acontecer com rapidez, precisão e, especialmente, controles.

A boa solução é aquela que atende com alto nível de qualidade os clientes (externos e internos) que aguardam pela chegada dos materiais adquiridos ou solicitados.

O desenvolvimento de metodologias, treinamento da equipe de profissionais, sistemas de apoio e estrutura adequada de armazenamento são fundamentais para se alcançar sucesso nessa área.

Esse conjunto de ações apresenta vantagens, tais como:

  • agilidade nos processos internos de armazenagem,
  • controles que garantem estoques de acordo com a demanda,
  • diminuição de perdas e furtos,
  • redução dos acidentes de trabalhos,
  • organização e limpeza dos ambientes,
  • diminuição da manipulação dos materiais,
  • cumprimento dos prazos de entrega,
  • satisfação dos clientes.

Para compreendermos melhor a respeito, vamos avaliar cada uma de suas etapas e tarefas.

Quais são as etapas do fluxo de materiais no armazém?

Com essa visão geral sobre o fluxo de materiais no armazém, vamos agora entender quais são as etapas englobadas neste processo.

É claro que elas podem variar ou ter pequenas diferenças de acordo com a empresa ou indústria, mas de modo geral seguem o mesmo modelo: 

1. Recebimento

Todo processo logístico começa com o recebimento das mercadorias. 

O local de descarga dos materiais deve estar sempre preparado para a chegada dos veículos que depois de posicionados, contam com os colaboradores responsáveis para retirar os produtos.

Com a ajuda de empilhadeiras e niveladoras, os itens são separados de acordo com suas especificações e características e então seguem para a etapa seguinte.

Uma boa dica que colabora na organização desse processo e agiliza a operação é agendar as entregas das mercadorias, ou seja, o fornecedor entra em contato, faz o agendamento e na data e hora programada o veículo se dirige ao local para realizar a descarga dos materiais.

Sem atropelos, filas e tumulto no recebimento.

2. Conferência

Antes de liberar os motoristas, é preciso verificar se as mercadorias entregues são as mesmas dos pedidos. Também é nesta fase que os responsáveis precisam conferir se a quantidade está correta, bem como se há avarias nos itens.

Depois que tudo for conferido, os veículos de entrega podem ser liberados e os produtos são devidamente etiquetados antes de serem encaminhados para o armazenamento.

Nesse caso, contar com um sistema informatizado é fundamental, pois todo o processo é facilitado.

Antes mesmo do fornecedor realizar o agendamento da entrega, é possível verificar se a nota fiscal eletrônica bate com a ordem de compra expedida.

Nos casos onde sejam identificados problemas, a área de Compras faz o contato com o fornecedor e realiza os ajustes necessários para validar a entrega ou cancelar o pedido.

3. Estocagem

Nessa etapa, o operador verifica o código de endereçamento e se ele está dentro da conformidade para o local a que foi destinado. 

Depois de confirmado, a empilhadeira ou outra solução de armazenagem faz a guarda do material.

É muito importante que o local de estocagem esteja preparado para receber os produtos, quando se deve avaliar as necessidades de armazenamento e as melhores estruturas logísticas para a guarda do material.

4. Identificação

Imagina só a confusão que seria, se os colaboradores não identificassem os produtos! 

Na hora de receber os pedidos, com certeza os itens encomendados não seriam encontrados com facilidade, em especial nas grandes empresas.

Por isso, o processo de identificação deve ser feito antes das encomendas. 

É a única maneira dos itens serem localizados de maneira rápida e eficaz, para então serem encaminhados para as próximas fases. 

As identificações devem ser feitas a partir da adoção do código de barra ou QR code, normalmente já disponibilizados pelo fornecedor, além do endereçamento de armazenagem que deverá estar disponível no sistema de estoques da empresa.

Essa operação facilita e agiliza o processo de estocagem e de picking, possibilitando que todos os envolvidos saibam exatamente onde estão armazenados os materiais.

5. Separação

Com a identificação em dia, fica bem mais fácil localizar e deslocar os materiais até a área de separação. 

O operador precisa estar atento ao pedido para verificar a necessidade de desfazer e separar as cargas. 

Um erro muito comum é juntar em um só espaço as áreas de armazenagem e separação.

Isso causa confusão e pode prejudicar o bom andamento dos processos no armazém, portanto, organize a sua empresa para que esses espaços sejam próximos, porém separados.

O uso de um carrinho de apoio ou empilhadeira no processo de separação das mercadorias facilita a operação e permite que o responsável por essa tarefa ganhe em agilidade e diminua consideravelmente as possibilidades de erros ou enganos.

6. Embalagem

Quanto à embalagem, os materiais podem seguir dois caminhos. 

No caso das indústrias, eles vão para a área de produção, já na comercialização, são destinados para receber a embalagem.

Neste último caso, é necessário levar em consideração o tipo de produto para avaliar a melhor solução, visando mantê-lo seguro e sem avarias.

Lembre-se que a principal preocupação desta etapa é garantir a integridade da mercadoria. Para isso, pode ser utilizado materiais de segurança como:

  • espuma,
  • plástico bolha, 
  • filme stretch.

O treinamento e capacitação da equipe de trabalho é fundamental para se obter sucesso nesse processo, quando detalhes e cuidados precisam ser tomados, evitando problemas e a devolução de pedidos em função de erros no acondicionamento das mercadorias em suas embalagens.

7. Expedição

Por fim, chegamos na etapa de expedição. Aqui, a mercadoria pode ser encaminhada para o processo de industrialização através de equipamentos apropriados ou seguir para os veículos para serem levados ao seu destino final. 

Nessa etapa, é indispensável que os cuidados sejam tomados no objetivo de garantir que o material que está sendo enviado é o solicitado pelo cliente (interno ou externo), portanto, deve-se conferir todos os produtos no momento do embarque, preferencialmente utilizando um leitor de código de barras e contando com o apoio de um sistema informatizado.

Como gerenciar o fluxo de materiais no armazém?

Agora que esse assunto é conhecido, é preciso saber como gerenciá-lo.

A melhor forma para isso está em criar processos e métodos para cada uma das fases, ou seja, definir que ações devem ser tomadas para cada tarefa.

É fundamental deixar claro o que fazer, nos casos onde problemas possam ser localizados ou como proceder diante de erros ou enganos.

Além da criação de um manual onde os processos sejam documentados, é essencial que toda a equipe receba treinamento e conheça detalhes das diversas operações.

A implantação de um sistema de gestão que possa apoiar as operações é outra maneira inteligente de gerenciar um depósito.

Um bom software possibilita uma integração entre os diversos setores, facilitando o entendimento e disponibilizando informações importantes para o dia a dia da operação.

Equipamentos que facilitem a contagem de estoque, processos de separação de pedidos e conferência de embarque e desembarque de mercadorias também são de grande auxílio nos processos.

A automação colabora para:

  • agilizar processos,
  • reduzir substancialmente as possibilidades de erros,
  • possibilitar análises a partir de relatórios e gráficos,
  • favorecer a tomada de decisão a partir de dados confiáveis.

Para fechar com qualidade a gestão do depósito, é preciso contar com estruturas adequadas de estocagem e veículos que permitam a movimentação dos materiais, garantindo qualidade de armazenamento, segurança nas operações e organização dos processos.

Como otimizar ainda mais a logística?

Existem ainda outros dois processos que colaboram efetivamente na qualidade do fluxo de materiais no armazém e garantem o sucesso das operações logísticas:

Fluxo de informações

O fluxo de informações consiste em controlar todos os processos logísticos envolvidos em cada operação.

Mais uma vez, faz-se necessário contar com ferramentas de apoio que possibilitem em tempo real a visualização e o conhecimento de todas as etapas operacionais.

Esse fluxo, além de servir de apoio às rotinas diárias da empresa, pode ser estendido a clientes e parceiros de negócios, apresentando detalhes a respeito do atendimento de pedidos, através da disponibilidade de informações via internet, tais como:

  • fase da operação no atendimento do pedido,
  • rastreamento de carga,
  • monitoramento de entrega.

Como resultado, torna-se possível avaliar a qualidade dos serviços logísticos e possibilitar que os clientes se programem para o recebimento das mercadorias.

Fluxo reverso

O fluxo reverso consiste no reaproveitamento de produtos e na destinação dos resíduos gerados pela empresa. Também fazem parte desse processo as devoluções e trocas de mercadorias.

A criação de regras a respeito da devolução organiza esse processo e cumpre com os direitos do consumidor, previstos em lei.

Além disso, a destinação dos resíduos e reaproveitamento de materiais, como, por exemplo, no processo de reciclagem, colaboram com a preservação do meio ambiente, além de possibilitar a redução de custos e ações que conquistam a simpatia do mercado consumidor.

Agora que você sabe o que é fluxo de materiais e como esse processo é importante para a logística, leia nosso post que apresenta os principais equipamentos de armazenagem que sua empresa deve ter!

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